Da quebrada para a Quebrada
- Da ponte Para cá
- 25 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de nov. de 2019
Roupas confeccionadas na periferia viram moda e fomentam economia local
Em contraste a moda Outfit, onde o importante é o quanto custou a sua roupa, e camisetas custam mais de três salários mínimos, existe um movimento crescente na quebrada, em que o consumo de marcas independentes, criadas por pessoas da própria comunidade ganham voz, e até desfiles.
R$ 68,6 bilhões são movimentados por ano nas favelas brasileiras, como levantado pelo Instituto Data Favela, com apoio do Data Popular e da CUFA (Central Única das Favelas) Essas criações independentes, assim como muitos movimentos que ocorrem dentro da favela, fazem com que parte deste valor continue circulando e gerando renda para os moradores da região.
Utilizando peças customizadas, que vão de pano de pratos a jaquetas, esse conceito de moda independente empodera empreendedores locais e além de ajudar a região a se fortalecer como comunidade, esses coletivos que já existem em todas as extremidades da cidade de São Paulo, apresentam novas perspectivas de vida aos moradores.
Essa ascensão da moda de favela criada pela favela, trás em sua filosofia questões como o comportamento consumista que vem sendo cultuado pelas grandes marcas que estimulam o trabalho escravo, como as marcas Zarra e Renner, criando tendências temporárias, - as chamadas Fast Fashion - produzindo em massa e gerando grandes quantidades de lixo.
Junto com a Moda, estes movimentos fomentam outros segmentos da arte independente, Produzindo eventos com diversas intervenções artísticas e Pocket Shows, como acontece no evento Periferia Inventando Moda, que reúne artistas, modelos e músicos em Paraisópolis e do Mocamba Ateliê, no Grajaú.
Essas roupas e acessórios, que muitas vezes são peças únicas trazem a comunidade a sensação de orgulho e pertencimento, é muito mais do que moda, é mais do que uma simples roupa, é mostrar de onde você veio, suas raízes, e o seu amor pela sua quebrada.
@xôperrenque e do @pretaplural e outros stands vendendo roupas e acessórios customizados na Feira Preta / Fotos: Thifany Nicolau
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